"Uma mascara só encobre um rosto até que alguém aventure-se a arrancá-la."

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Aprendizados.

Ontem, pela primeira vez, cheirei pó sem ter como intuito liberar alguma raiva ou matar a fissura. O resultado foi surpreendente.
Minha intenção original era emagracer. Um tanto fútil, eu reconheço. Não estava com vontade, sentia um pouco de medo, mas mantive o plano original. Foi a melhor coisa que eu poderia ter feito.
Como a intenção original era não sentir fome durante o dia, cheirei várias vezes, em pequena quantidade. Um aprendizado, pois não me senti mal no começo, como normalmente me sinto.
Senti como se cheirasse pela primeira vez, aquela sensação que por tanto tempo busquei e nunca mais consegui achar.
Liberei meus temores, conversei, me senti leve... Chorei, ri, falei para as pessoas o quanto elas me importam. Senti como se estivesse me libertando de algo.
Me surpreendi, pois, apesar de gostar tanto de pó, sempre o vi como uma droga "suja", feia... Sempre o utilizei para libertar a "fera" existente dentro de mim. Mas e ontem, que essa fera estava adormecida? Libertei outras coisas, mais nobres e mais bonitas.
Posso continuar usando pó, mas não usarei mais quando estiver fissurada. A fissura é uma demonstração da "fera", então eu sei que não será igual.
Não alimentarei mais meu vício, usarei apenas em ocasiões especiais. Será assim.
Também não usarei toda vez que quiser libertar essas "coisas boas". Tenho consciência de que, se fizer isso, me condicionarei. Só conseguirei liberá-las quando cheiro, assim como é com a raiva.
O lance com a raiva é estranho. Sempre tive muita dificuladade para soltá-la, muita mesmo. Tenho muito medo de ferir as pessoas de alguma forma. Quando cheirei pela primeira vez, estava completamente enraivecida. Percebi que consegui "soltar" essa raiva facilmente, então continuei, até ficar viciada. Como já contei antes, parei depois de quase três anos.
Ano passado, fui morar com o meu pai e, como o admiro muito, tenho muito medo de ferí-lo. Com a minha mãe, infelizmente, é diferente. Morando com o meu pai, não conseguia liberar absolutamente nada, então, durante um ano inteiro, guardei mágoas, tristezas, aborrecimentos e raiva. Foi horrível.
Esse ano voltei acheirar. Soltei tudo o que estava guardado, continuei cheirando e, novamente, me viciei.
Desde o início, tenho uma relação de amor e ódio com a cocaína. Eu aodeio com todas as minhas forças, mas, mesmo assim, quando me sinto mal ou insegura, recorro a ela.
Ontem isso mudou. Não a odeio mais, mas nem por isso a amo. Sei que devo ter muito cuidado com ela, mas encaro como se tivéssemos "nos entendido".
Começo a achar que qualquer droga pode ser benéfica, dependendo de alguns fatores: Eles podem ser quantidade, qualidade, frequência e, PRINCIPALMENTE, o intuito do uso.
Estou, aos poucos, conseguindo resolver minha "conturbada relação com Isabel".
Algo com que sempre sonhei, de uma maneira acidental. A vida não pode ser planejada sempre. Mais um aprendizado.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Finalizações.

Essa é a terceira postagem do dia. Entendo que não seja usual, mas eu preciso dizer coisas muito diferentes.
Acho que aprendi a me controlar um pouco mais. Fiquei duas semanas sem cheirar, tranquilamente, só o fiz novamente ontem, e foi muito bom! Reencontrei uma amiga antiga e, pela primeira vez, fizemos isso juntas. Temos a mesma vibração, eu amei!! Desde o começo, sabia que ia dar certo...
Além disso, decidi que vou emagrecer e, para isso, farei a "dieta da Britney Spears", rs.
No começo de cada semana (nas próximas três), comprarei cinco gramas de pó, e dividirei em cinco porções, uma para cada dia útil da semana. Fazia isso em Curitiba, na minha pior fase, mas, dessa vez, não é pelo vício, e sim por uma questão estética mesmo. Sei que soa (e é!) fútil, mas tudo bem. São dois problemas mortos de uma só vez, emagreço de uma forma prazerosa!
Resolvi desencanar e pronto.
Quero minha vidinha de volta, mesmo que ela pareça deplorável. A única coisa da qual não posso esquecer de jeito nenhum, é do controle. Não posso perdê-lo ou, como dizia meu ex-namorado, voltarei a ser aquela "drogadinha de rua". ISSO eu não quero.
Percebo que só entro nesse blog para escrever coisas tristes, ruins... Um dia eu terei a paciência de postar todas as coisas boas que me aconteceram nesse meio termo (e até que foram muitas!). Cheguei à conclusão de que essa é a minha forma de desabafo.
Ah! E hoje, vou na primeira sessão do psicólogo... Espero que dê tudo certo, rs!
Até o dia 4, um grama por dia.
É isso.
Obrigada.
V.M.

Ao meu amigo mais querido!

C., meu melhor amigo e a quem amo muito, saiu do mundo das drogas. Fico MUITO feliz. Sempre me senti culpada por tê-lo iniciado na cocaína, coisa que ele deu seguimento... Era algo estranho, pois, quando ele cheirava comigo, tudo bem, não tinha problema. Quando eu ficava sabendo que ele havia cheirado longe de mim,chorava sem parar, desesperada. Talvez seja porque sempre tive muito medo de que, assim como eu, ele ficasse viciado... Quando ele fazia junto comigo eu sentia que, de alguma forma, ele estava protegido, "embaixo das minhas asas". Longe de mim, me desesperava. Talvez seja porque eu visse uma certa autonomia no ato dele cheirar pó. Isso o deixava um passo mais próximo do vício.
Conheci esse menino e, logo, me apaixonei por ele. Não no modo romântico, longe disso, mas por sua personalidade. Logo C. se tornou meu maior companheiro e confidente, a pessoa em quem mais confio nesse lugar ainda novo para mim. Ele estava comigo na primeira vez em que cheirou (5 de maio), e eu o incentivei. Continuamos e a amizade foi crescendo. Ele se tornou muito mais que um amigo para mim. Tornou-se minha família, parte de mim.
C. começou a cheirar (e muito!) toda vez que se sentia mal. Eu percebia isso mas, muitas vezes, me fazia de tonta. Escondida, chorava, me sentindo culpada por tudo. Pensava em como havia ajudado a arrastar MAIS UMA vida para o pó, e quantas vezes já havia feito isso antes. No entanto, dessa vez era diferente. O amor que eu sinto por este menino é muito difícil de explicar. É como se, ao mesmo tempo, ele fosse meu pai e meu filho, e eu o via definhando e se afundando, por mais que ele não percebesse. Tentei conversar sobre o assunto com ele algumas vezes, mas não adiantou. Eu mesma entendia que não tinha moral nenhuma para falar.
O caminho do vício é algo muito difícil. Posso falar isso tranquilamente, uma vez que vivo essa vida há muito tempo... É triste, decepcionante e doloroso. Uma vez escolhido, este caminho traz muito sofrimento. Você acha que está sofrendo, mas não está. Quem realmente está, são aqueles que o amam. Pais que confiavam deixam de confiar. Amigos que deram o sangue para ajudar simplesmente cansam. A família se afasta, fala mal, desiste. Você tenta lutar, tenta sair, mas não consegue. É intrínseco e, o pior, você gosta. Gosta de correr o risco, de "fazer esquemas", de, pelo menos momentaneamente, mudar um pouco quem você é. Não gosta de fazer quem o ama sofrer, essa não é sua intenção, mas tem prazer na vida que leva. Digo isso porque eu, pelo menos, sou assim.
Não gosto de ser escrava do pó, mas gosto menos ainda de levar uma vida monótona. Vivi assim por quase três anos e, no final, já não suportava mais. É muito tédio, muita "mesmice". Não é para mim!
Voltando a falar sobre C., ele decidiu deixar todas as drogas. Ele poderia continuar usando todas as que quisesse, menos pó. Nunca quis que ele acabasse escolhendo o mesmo destino que escolhi e que, até hoje, sou fadada. Não mesmo.
Meu amigo querido deixou o pó antes de estabelecer o vício físico, apesar de já estar com o psicológico bem concreto. Ele não vai sentir dores de estômago ou ter tremores. Mais uma vez, fico feliz! (:
Porém, para que tudo isso possa acontecer, C. terá de me deixar. Ao mesmo tempo em que me sinto orgulhosa dele, me sinto mais sozinha que nunca.
Ele voltará para a cidade dos pais, fará outra faculdade... Não usará mais drogas e será feliz. É isso que importa.
C., embora meu coração já doa de saudades (e vai doer para sempre!), embora eu chore enquanto escreva isso e, (confesso!) embora tenha medo de ficar sozinha, estou orgulhosa de você. Você está, por antecedência, tomando o rumo que eu deveria ter tomado há cinco, seis anos... É a decisão mais correta e, se você está buscando sua feliciadade, eu estou feliz também!
Seja muito, MUITO feliz, meu querido, e nunca esqueça dessa chata aqui, carente, melosa, reclamona, medrosa, mas que te ama muito.
Seja feliz!
Amo você.
V.M. ou, para você, Christ. sz

Texto antigo.

Encontrei um texto que escrevi há algum tempo, meio antigo... Não sei porque vou postá-lo mas, assim que o achei, li e ele mexeu comigo. Aí vai:

"E então, levantando os olhos, vi seis gordas carreiras bem na minha frente.
Tirei a carga da BIC, encostei o tubo na narina direita, como sempre, e cheirei carreira por carreira.
Elas foram feitas sobre a capa de um CD do Guns n' Roses. Eram de muito boa qualidade, bem purinhas!
Na hora senti a ardência no nariz e, aos poucos, minha boca começou a amortecer. Amo essa parte, quando o céu da boca amortece todo. Parece anestesia de dentista!
Comecei a ficar inquieta e impaciente. As coisas triviais me irritavam. Tudo é tão demorado! Qualquer coisa mais lenta que eu era imensamente estúpida! Precisava me mexer!
Em mais ou menos quarenta minutos comecei a sentir um imenso alívio! Meu corpo estava tão cansado mas, ao mesmo tempo, era tão... Prazeroso! Me sentia leve, aliviada e feliz. Não feliz a ponto de começar a rir do nada, mas... satisfeita! Comecei a temer pela má reação, que vem logo depois do alívio.
Depois de mais ou menos meia hora a fadiga começou a pesar. Tive vontade de deitar, mas não consegui dormir. Meu corpo estava MUITO cansado, mas minha mente me mandava continuar a me movimentar. É sempre um embate. E é irritante e levemente doloroso.
Então comecei a pensar sem parar: "Se tivesse mais, eu faria mais!". Felizmente, eu TINHA mais!
Corto o saquinho perto do nó, e despejo o conteúdo sobre a capa do CD. Com meu cartão do banco quebro as pedrinhas e, cuidadosamente, separo mais sete carreiras. Lambo o cartão e minha língua amortece.
Cheiro todas as carreiras, ainda com a narina direita (não gosto de usar as duas, porque depois quero ter pelo menos uma desentupida!). Junto o pó que sobrou na caixinha do cd e cheiro a minicarreira que consegui formar. Passo o dedo na caixa e lambo o restinho de pó que ficou grudado.
Dessa vez minha boca amortece mais rápido, e todo o efeito vem mais rápido também, mas quando acaba é devastador. Meu corpo está destruído e eu só quero me jogar na minha cama!
Me jogo, mas meu corpo dói. Quando finalmente consigo dormir, depois de uma meia hora, acordo o tempo todo, com a cabeça explodindo. Me sinto triste, mal. Mas isso já era esperado.
Consigo dormir para valer, e acordo no meio da tarde, me sentindo triste e lesada. Tomo algumas cervejas e, aos poucos, fico bem.
Hoje vou sair com os meus amigos, e eles não têm idéia do que fiz (denovo!). Era para pararmos juntos, mas eu desisti. Falava que era a última vez, mas já tive muitas dessas. Então decidi mergulhar nisso tudo de vez, novamente.
Às vezes eu queria ter uma vida normal, mas não consigo. Quando consegui, fui tão infeliz quanto nunca! Não por falta ou abstinência, pois fiquei três anos sem pó, mas por ver que a vida era algo monótono, e que eu a via por fora, apenas.
Chego à conclusão de que, quando não vivo dessa forma, não sou eu. Talvez, por ter começado muito nova, isso se tornou parte de mim, não sei.
O fato é, amo viver assim. É o jeito como sei viver. E QUERO viver assim, pelo menos por enquanto. Mas, ao mesmo tempo, não quero.
Demorei muito tempo para recuperar a confiança da minha família e, quando consegui, voltei à essa vida. É por isso que me sinto mal. Por estar traindo a confiança deles.
O melhor é que dessa vez eles não se envolvam. Nem tem porquê, não sou mais criança.
Quanto aos meus amigos, entendo a preocupação deles, mas eles precisam aceitar, sou assim.
Cheguei à essa conclusão enquanto conversava com meu irmão, meu confidente.
Eu: "Sei que o meu EU do ano passado era uma pessoa melhor. Mas eu era tão infeliz! Então, para ser esse alguém melhor preciso sacrificar minha felicidade? Escolher ser alguém "do bem" ou alguém feliz? Isso não é justo!"
Ele disse uma frase curta, mas que me fez pensar e escrever esse post.
"V., se você era infeliz, não era uma pessoa melhor."
Depois de vários anos, me conformo novamente. Vou morrer me drogando. Não quero mais solventes, eles me deixam deplorável, então voltei ao pó.
Não sei se me sinto mal com isso ou não. Só sei que tenho consciência disso.
De cocaína à benzina, de benzina à cocaína.
Essa é minha vida, queira eu ou não."
Obrigada.
V.M.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Comfortably Numb.

Hello,
Is there anybody in there?
Just nod if you can hear me
Is there anyone at home?

Come on now
I hear you're feeling down
Well, I can ease your pain
And get you on your feet again

Relax
I'll need some information first
Just the basic facts
Can you show me where it hurts

There is no pain, you are receding
A distant ship's smoke on the horizon
You are only coming through in waves
Your lips move but I can't hear what you're saying
When I was a child I had a fever
My hands felt just like two balloons

Now I've got that feeling once again
I can't explain, you would not understand
This is not how I am
I have become comfortably numb

I have become comfortably numb

O.K.
Just a little pin prick
There'll be no more...aaaaaaaah!
But you might feel a little sick
Can you stand up?
I do belive it's working, good
That'll keep you going, through the show
Come on it's time to go.

There is no pain you are receding
A distant ship's smoke on the horizon
You are only coming through in waves
Your lips move, but I can't hear what you're saying
When I was a child
I caught a fleeting glimpse
Out of the corner of my eye
I turned to look but it was gone
I cannot put my finger on it now
The child is grown
The dream is gone
And I have become
Comfortably numb.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

CHEGA!!!

Não aguento mais, não aguento mais, NÃO AGUENTO MAIS!!!!
Voltei a cheirar, estou praticamente sozinha, muito infeliz e decepcionada.
Não posso mais expressar meus sentimentos para os meus amigos. Não posso mais conversar. Não posso falar nada para a minha família, estou sozinha.
Sou uma fracassada.
Cheirei sábado passado. Cheirei antes de ontem, cheirei ontem. Me sinto péssima.
Tinha resolvido fazer o que eu quisesse da minha vida, não ligar para mais nada, mas não funciona assim. Me sinto extremamente mal por ter voltado a cheirar. Me sinto uma fraca. Prefiro morrer, e creio que isso acontecerá em breve.
Antes morta do que sozinha e, além de tudo, escravizada.
Como última arma, eu faço um apelo: Deus, se vc existe, me ajude!! Me ajude a voltar a ser feliz, me ajude a me livrar dessa droga infernal que me consome. Me ajude a ter controle sobre as outras drogas, para que meus amigos e família não cansem mais de mim. Me ensine a ser uma pessoa centrada, ajuizada, com foco e metas. Me ajude a ter força para atingir essas metas. Por favor, me salve.
Não aguento mais viver.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Estou cansada...

Não entendo como funciono. Passo rapidamente da alegria plena à depressão. Estou cansada.
Sou um ser humano. Sou imperfeita e fadada ao erro. Eu deveria ter o direito de pelo menos me sentir mal em paz, mas não, quando expresso meus sentimentos, estou fazendo "gracinhas" em busca de atenção.
Sou SIM uma pessoa sedenta de atenção. E quem não é? Se algum dia as pessoas conseguissem ter idéia do quão grande é o sentimento de solidão que sinto e, a cada dia, tento sufocar, talvez me respeitassem um pouco mais.
Mais uma vez, eu falhei. Ontem tomei 18 comprimidos de antiinflamatório/analgésico e esperei a morte. Ela não veio. A única coisa que veio foi essa dor generalizada infernal. Também estou um pouco dopada, ainda.
Não tenho capacidade nem para tirar minha própria vida. Sou realmente inútil.
Meus amigos, as pessoas a quem eu mais dou valor, estão cansando de mim. Isso dói.
Vou me abster de tudo, da comapanhia deles, da felicidade, de tudo. Cansei.
Por favor, eu apelo: Vocês podem não entender minha dor mas, pelo menos, respeitem-na. Pode parecer não ter o mínimo sentido mas, para mim, tem.
Obrigada.
V.M.

sábado, 18 de setembro de 2010

...

Me sinto perdida... Vejo uma das pessoas que mais amo sofendo. E, o pior, por causa de outra pessoa que, a cada dia, amo mais.
Por mais que pareça estranho, isso me machuca, e muito. Um é um poço de otimismo. O outro é o amor encarnado em ser humano. Um quer algo mais do outro. O outro vê o um como um filho, um protegido. Eu sei que nada vai acontecer. nem pode. Estragaria algo que já é lindo, uma das amizades mais bonitas que já vi. Mesmo assim, não suporto ver parte de mim sofrer.
É estranho, pois os conheço há tão pouco tempo... Mas o sentimento que tenho por eles é muito grande para que eu possa explicar. É como se fossem minha família, meus pais, meus filhos, mus irmãos. Um pouco de tudo. São o sol que ilumina minha vida aqui nesse lugar estranho, novo...
Costumo ser uma pessoa um tanto intensa, mas isso vai além do meu usual. Gostaria de entender um dia.
E, sinceramente, gostaria que os dois fossem felizes sem mais exigências e sem machucar ninguém.
Por hoje, nada mais.
Obrigada.
V.M.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Altos e baixos.

Depois de uma semana bem, sem fissura, veio-me uma necessidade iminente de usar pó.
Os sonhos voltaram, e ontem a noite, convenci a mim mesma que hoje cheiraria. Desisti da idéia e resolvi esperar um pouco mais...
Esperarei que faça pelo menos um mês completo que eu não uso. Isso acontecerá na próxima terça-feira...
A sensação que tenho é estranha, SEI que não devo fazer, SEI que minha mente está me traindo e, ainda assim, deixo que isso aconteça.
Ontem, quando a fissura bateu, eu não tinha cigarros, não tinha bebidas, não tinha absolutamente NADA que me acalmasse. Então resolvi me auto-tatuar mais uma vez.
Fiz apenas riscos, mas cada risco representa uma vez que usei pó, desde que voltei a usar. Assim como no "M", usei nanquim preto. A intenção não é estética de maneira alguma, é apenas não poder mais esconder de mim mesma a quantidade de vezes que cheirei em cinco meses... Talvez isso me ajude de alguma forma.
Me manterei forte. Consegui passar pela fase mais difícil, e não será agora que vou fraquejar!
Por pelo menos mais uma semana, eu conseguirei.
Obrigada!
V.M.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

E agora fazem quinze dias...

Estou há 15 dias sem pó e já estou conseguindo me divertir... Não sinto mais dores de estômago. Estou me sentindo mais "leve" mas, mesmo assim, a vontade não passa. Não sei se posso chamar mais de fissura, uma vez que parece não haver nada físico envolvido... É mais como uma vontade obsessiva.
Sonho com o pó todas as noites e, quando acordada, só consigo pensar nisso!
Decidi que, agora que estou mais controlada, vou voltar a cheirar só de vez em quando... De 15 em 15 dias, como antes. Mas terei que ser muito forte!
Meus amigos também não podem saber, ou eu perco a amizade deles... Estou começando a achar isso um pouco injusto. Eu sei que eles se preocupam comigo e não querem me ver mal, mas a vida é minha, e ameaçar a amizade caso eu cheire denovo é querer mandar em mim! Eles mesmos usam pó de vez em quando. Só porque sou menos resistente a isso perco a amizade? Terei uma conversa séria com eles...
Às vezes eu sinto que estou me traindo decidindo tudo isso. Sinto que deveria continuar a resistir, que o mais difícil já passou e que, se eu voltar a cheirar, tudo vai voltar.
Mas está me apavorando a idéia de ficar para sempre sem pó. Me sugeriram esperar pelo menos um tempo de três meses sem, mas isso parece infinito!
Estou muito confusa, não sei o que fazer!
Acho que preciso de ajuda... Sei que é errado, mas preciso de pó pelo menos mais uma vez!!
Completamente perdida. Por favor, me ajudem.
V.M.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

E já são oito dias...

Oito dias sem pó. E cada vez mais fissurada.
O que me segura, são os amigos, que estão ajudando bastante.
Eles não me ajudam passando a mão na minha cabeça, ajudam ameaçando...
"V., se você fizer denovo, perdeu a amizade!"
Parece estranho, parece cruel, mas é o que está me segurando.
Amigos, muito obrigada pela ajuda. Se não fosse por vocês (e por um pouco de maconha), eu não estaria conseguindo.
V.M.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Novamente, fissurada.

Estava tudo indo em um ritmo lindo, maravilhoso.
Eu estava me divertindo muito, super feliz, e então essa MERDA de fissura volta.
Estou considerando seriamente se compro pó ou não. Só mais uma vez não me faria tão mal. Ou mesmo só de vez em quando...
Está horrível.
Foda.
V.M.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Sobre a minha última vez.

Ontem usei pó pela última vez em minha vida. Foi horrível.
Comprei à tarde e resolvi esperar um momento especial para usar. Não consegui.
Estava na faculdade, à noite, quando a fissura se tornou insuportável.
Trombei com uma amiga e contei para ela que estava indo para a minha última vez. Pedi para que ela ficasse do lado de fora do banheiro e ela aceitou.
Como era a minha última vez, queria fazer no baque, não cheirar, e levei meus "apetrechos".
Despejei o grama de pó sobre o papel alumínio e, como não fazia isso há muito tempo, separei apenas 1/8 de grama para baquear, e não o usual 1/4.
Coloquei na colher, espirrei a água. Misturei bem e joguei a bolinha de algodão em cima. O algodão logo absorveu toda a mistura. Enfiei a agulha dentro do algodão e puxei o líquido. Dei umas batidinhas na seringa, para liberar o ar. Estava pronto.
Sentei no chão e me dei conta de que não havia nada com que garrotear meu braço.
Visualisei a veia mais próxima e me piquei. Não consegui pegar a veia. Tentei mais algumas vezes, e estava sangrando bastante.
-"V., você está bem?" - Minha amiga não sabia que eu estava baqueando. Saberia naquele momento.
-"S., você pode me ajudar, por favor?" - Eu sabia que ela nunca concordaria com aquilo, mas mesmo assim chamei. Estava fissurada demais, queria sentir o pó em minhas veias o mais rápido possível, e não pensei na aversão que ela tinha por aquilo.
Ela entrou no banheiro, olhou para as minhas coisas e fez uma expresão horrorizada.
-"Assim eu não vou te ajudar! Estou indo embora!!" - S. começou a sair, mas eu implorei para que ela ficasse. Estava com medo de ter uma overdose, depois de tanto tempo sem baquear. Depois de muita insistência, convenci S. a ficar. Ela voltou para fora do banheiro.
Me piquei mais umas duas vezes e então consegui achar a veia. O sangue se misturou com o líquido transparente e ficou leitoso. Apertei o êmbolo devagar, contando dez segundos. Baqueei.
Senti aquela coisa revigorante, maravilhosa, crescendo dentro de mim. O baque é assim, instantâneo.
Chamei minha amiga para dentro do banheiro, toda animada.Já estava separando as carreiras.
-"Bom, agora que já fiz do jeito que queria, vou fazer o resto de um jeito mais convencional!"
-"V., eu vou embora. Até amanhã. Se cuida."
Juntei minhas coisas para ir ao outro banheiro e limpei meu braço, que estava sangrando muito.
S. me olhou nos olhos. Seu olhar era um misto de pena e decepção e esse olhar me chocou de uma forma indescritível. Me abraçou e foi embora.
Cheirei o resto do pó, me sentindo desgastada e deplorável. Comecei a me sentir pior ainda. Achei um amigo e contei tudo o que havia acontecido. Foi uma boa conversa.
Outro amigo percebeu que eu estava transtornada e entendeu tudo. Quis conversar. Também foi uma boa conversa.
Tentei muito ligar para outros amigos, mas o telefone não atendia. Voltei para casa arrasada, sempre me lembrando daquele olhar.
Fiquei uma hora sentada nas escadas, e nesse meio tempo fumei uns 12 cigarros.
Deitei, mas não conseguia dormir. Pensava sem parar. Passou-se mais uma hora e resolvi tomar um banho. O banho lavou minha alma e me despertou a vontade de ser alguém melhor.
Demorei mais umas duas horas para dormir, por causa do efeito do pó. Mas algo ressoava em minha cabeça:
"Amanhã serei alguém melhor. Lutarei para ser alguém melhor e SEI que serei melhor."
Acordei umas 10 horas da manhã e comecei a organizar minhas coisas.
Arrumei minha cama, que não via um lençol há três semanas. Tirei as roupas da mala, organizei meu guarda-roupas.
Estou realmente decidida a ser alguém melhor. Vou voltar a me dedicar aos estudos e a me alimentar direito. Nunca mais vou usar pó, NUNCA.
Pois eu sei que conseguirei. SEREI alguém melhor! (:

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Decisão.

Decidi, com a ajuda dos amigos, que vou usar pó só mais uma vez, e então paro para sempre.
É lógico que minha última vez vai ser no baque. Será a última.
Não posso negar que a idéia de ficar para sempre sem pó me assusta, e muito.
É para sempre, é muito tempo.
Eu realmente gostaria de conseguir conciliar o uso com a minha vida, sem me entregar, sem cair no vício, mas descobri que é impossível.
Se, depois de três anos, volto a cheirar com a maior cautela e, da mesma forma, me vicio novamente, chego à conclusão de que não posso mais chegar perto de cocaína.
É triste, é horrível, mas é a minha realidade.
Quem sabe no futuro eu não seja forte suficiente para conciliar? Tomara!
Amanhã será meu último baque. A última vez. Nunca mais farei. Nunca mais me sentirei confiante, nunca mais serei feliz. Mas, também, nunca mais dependerei de uma COISA.
Confusão. Muita.
V.M.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Eu já não sei mais...

Não sei mais o que fazer. Sinceramente.
As aulas da faculdade voltaram há duas semanas, e eu faltei quase todos os dias. Compareci em apenas duas aulas e, para piorar, ainda saí na metade de ambas.
Não baqueei, consegui segurar por causa dos meus amigos, que não deixaram. Mas cheirei denovo na segunda-feira.
Estava num estado de fissura deplorável. Fui beber na casa dos meus amigos e dei meu dinheiro para V., para que eu não tivesse como comprar pó. Comecei a beber e, juntamente, tomei dois anti-alérgicos fortíssimos. Estava mal, triste e só queria apagar, já que cheirar ou baquear seria impossível.
A fissura começou a crescer e a crescer, eu não parava de olhar pela janela. Para piorar, há uma boca de fumo bem na frente da casa dos meus amigos...
Não aguntei. "V, me dá meu dinheiro, por favor!"
Ele: "V.M., você não vai baquear na minha casa..."
Eu: "Não vou baquear, vou só cheirar!!"
Ele me devolveu o dinheiro. Os traficantes não tinham mais pó para venda, mas me deram um pouco (uns 5 reais) de graça, pois já me conhecem. Na hora adorei, mas, pensando bem, agora acho isso um tanto deplorável...
O pó reagiu de alguma forma com o antialérgico e a bebida, e eu AMEI o resultado! Fiquei bem, mas não atormentada, como normalmente fico com o pó. Fiquei... Em paz!
Dormi lá mesmo e no dia seguinte fiquei realmente mal. A depressão bateu como nunca. Meus amigos me pediram para comprar maconha para eles e, quando fui, o traficante falou que só tinha pó. Bateu a fissura, mas eu resisti. Minha amiga falou que estava muito orgulhosa de mim. Acho que foi isso o que me motivou a não cheirar naquele dia. Dormi atormentada e irritada.
Acordei na manhã de quarta e consegui comprar maconha para os meus amigos. Fumamos.
Me sinto estranha quando fumo maconha. Não é para mim... Toda vez que estou fumando, sinto-me extremamente burra e começo a pensar o quanto pó é melhor que aquilo. Fico introspectiva, mesmo quando todos estão rindo. Mas fumei à tarde e mais duas vezes à noite. Por mais que eu não goste, estranhamente isso me ajudou a afastar a fissura do pó... Finalmente fui para a minha casa.
Ontem estava disposta para ir à aula mas, novamente, não fui. Encontrei um amigo e fomos beber no bar. Mais três amigas chegaram. Decidimos não ir para a aula.
Bebemos mais e resolvemos ir à faculdade à noite, para ver a chuva de meteoros. Não vimos muitos, e quando já estávamos quase indo embora, chegou mais maconha. Fumei denovo e, novamente, fiquei me sentindo burra. Isso não é para mim. Pó é para mim.
Pelo menos descobri que, fumando, eu afasto um pouco a fissura.
Hoje eu VOU para a aula, sem falta, senão logo reprovo por faltas... O único problema é que não tenho mais vontade. Ficar sozinha tem me apavorado, eu só quero estar bem e com os meus amigos. Penso na longa noite que vou passar sozinha hoje, e me desespero. Não pode ser assim, eu preciso conseguir ficar sozinha... E preciso ficar longe do pó...
O cômico é que, quando consigo ficar longe, como nessa semana, já tenho pó puro encomendado para segunda-feira. Eu não quero, mas quero. É estranho.
Tenho certeza de que esse post foi confuso e esquisito... Me desculpem, mas não estou bem. Espero estar feliz logo, para poder fazer deste blog algo menos "down"...
Obrigada a todos!
V.M.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Tempo relativamente pequeno. Excesso de informação.

Duas semanas se passaram desde a última postagem. É um tempo relativamente pequeno, mas a quantidade de informação contida nele me fez mal.
Passei uma semana fissurada na casa de meus pais, mas foi a segunda semana que me confundiu.
Voltei para casa, e M. veio me visitar, depois de três anos longe. Fiquei radiante, e no começo foi maravilhoso. Então ela simplesmete me trocou pela minha amiga. Incentivei as duas a ficarem, mas não esperava ser TROCADA. Bebi, bebi e bebi. Fiquei realmente destruída. Chorei escondida, e muito. Levantei a cabeça e me fiz de forte, mas a bebida não estava deixando. Implorei a atenção de M. de um jeito realmente patético, que não combina comigo. Não funcionou.
M. parou de cheirar há algum tempo e pediu para que eu parasse também. Eu havia concordado.
Após ter sido trocada, fiquei realmente brava, amargurada. Resolvi cheirar, só para desafiá-la. Se ela não se importava com os meus sentimentos, eu não me importaria com os dela e, de quebra, daria um "up". Cheirei.
M. ficou bravíssima e começou a me destratar. A "bad" começou a chegar, e eu a chorar. Me fechei no banheiro e chorei.
Saí de lá, novamente me fazendo de forte.
Todas as meninas foram dormir, e eu tive que deitar também. Fiquei a noite inteira acordada, sob o efeito do pó. Para piorar, era mesmo uma "bad". Finalmente dormi.
Acordei e o dia passou. Eu ainda estava atormentadíssima mas, novamente, fingi que estava bem.
A noite chegou e M. foi embora. Fui à casa dos meus amigos e houve a sugestão de mais pó. Aceitei na hora. Cheiramos a noite inteira. CINCO GRAMAS! No começo foi maravilhoso, mas chegou um momento em que eu só conseguia pensar na M. Sentei na área, chorei. Meu amigo veio conversar comigo. Quando o vi chegando, parei de chorar na hora, novamente me fazendo de forte. Conversamos e nunca senti tanta tranquilidade. Tive vontade de abraçá-lo e dizer o quanto ele é importante para mim, mas a MERDA do meu orgulho não deixou. Também conversei bastante com uma amiga que está em uma situação muito difícil. Ela me pediu ajuda e, de alguma forma, me senti completamente responsável por ajudá-la. E vou.
Chegou a manhã e, junto com ela, a vontade de morrer. Vontade e medo.
À noite teve uma festa. Eu cheirei mais.
Depois de quinta feira parei de cheirar, e a depressão veio. E como veio.
Chorei sem parar na sexta. Bebi sem parar no sábado. Saí andando à noite, sem rumo. Tive uma crise de pânico no meio da rua e me machuquei propositalmente. Pensei em suicídio mas, covarde como sou, não tive coragem.
Chorei o domingo inteiro, com um pensamento fixo.
Hoje de manhã roubei uma seringa do meu pai. Roubei bolas de algodão da minha avó. Roubei uma colher da minha colega.
Montei a seringa e guardei na bolsa, junto com os outros "apetrechos". Só estou esperando o momento certo. Seria tão ruim assim?
Tenho medo. Estou confusa.
Talvez, de alguma forma, o Baque me salve.
V.M.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Fissura.

Estou passando uns dias na casa dos meus pais. Estou gostando, matando as saudades, mas a fissura está me corroendo!
Acho que, novamente, estou ficando viciado...
Mal vejo a hora de chegar em casa, comprar pó, e cheirar a noite inteira!
Pode ser sozinho, pois meus amigos não querem mais. Pode ser acompanhado, pois vou tentar convencê-los.
Só se que, quando voltar, a primeira coisa farei será comprar vinte reais em pó e, na hora, mandar tudo!
Pensei até mesmo em injetar mas, no momento, não tenho mais coragem de fazer isso.
Sei que deve ser completamente desagradável ler um post falando sobre fissura, mas é impossível não escrever sobre isso quando não consigo pensar em outra coisa.
Outro dia escrevo mais, contando sobre os diversos problemas com drogas que tive. Contarei por fazerem parte da minha história, e explicarem um pouco o que sou hoje. Mas hoje não conseguirei escrever muito. A fissura me corrói.
Me desculpem.
V.M.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Só pra complementar.

Eu disse que seria grande.
V.M.

Uma (efêmera) história de amor.

Olá a todos!
Hoje vou escrever um post imenso, falando sobre M., a garota da postagem anterior e, particularmente, uma das pessoas mais fascinantes que já conheci!
O primiero contato que tive, foi com seu pai, em abril de 2006. Nos conhecemos em uma viagem de ônibus e ele me achou interessante para sua filha. Me passou o msn da garota e eu guardei na memória. Depois de um tempo, o esqueci.
Muito tempo depois, em janeiro de 2007, ele me voltou à mente e eu a adicionei. A melhor coisa que poderia ter feito.
Me apaixonei por ela imediatamente. E ela por mim. Na verdade, M. era uma aventureira, mas eu não sabia nem me importava.
A conheci pessoalmente dia 11 de fevereiro de 2007 e a achei linda! E que presença! M. me envolveu completamente.
Nos beijamos naquela tarde, e eu terminei de me apaixonar. Ela era um moleque. Sua alegria me contagiava.
Tinha parado de fumar mas, naquele dia, voltei.
Tomei muito vinho e nunca achei tão bom! Desde então, sou apaixonada por vinho seco.
Ainda descobri que ela também gostava de pó. Era perfeito!
Combinamos de cheirarmos juntas na semana seguinte, mas ela não apareceu.
Estava completamnete desiludida, quando ela me ligou no meio da semana. Queria me ver. Nos vimos e foi maravilhoso!
Criamos laços maravilhosos e então, em abril, ela foi dormir em casa. Acho que foi um dos melhores dias da minha vida, apesar de ter tomado um porre enorme. Secamos hjuntas a garrafa de "Baianinha".
Agora nos falávamos todos os dias, e eu estava louca por ela. Descobri que ela tinha outra namorada, mais séria que eu. Desabei por dentro, mas fingi não me importar. Bastava ter M. por perto.
Ela prometeu que, da segunda vez que fosse em casa, levaria pó puríssimo. Vendi dois DVDs para conseguir o dinheiro. Eu estava há um mês sem cheirar, mas não podia negar pó puro.
Ao invés do pó, M. levou lança-perfume, e eu fiquei sem cheirar pó por mais três anos! Larguei o pó e me agarrei nos solventes. Acho que porque aquela foi, até hoje, uma das minhas melhores experiências com drogas. Tenho certeza que é porque foi com ela.
Aquele dia ficou marcado em minha vida. Decidimos que tínhamos uma música, "Aquela", dos Raimundos. Também por causa desse dia, toda vez que ouço "Gimme Gimme", do Abba, me lembro dela.
Em um momento, tive um surto e saí correndo pela casa. Voltei a mim sem entender nada, e ela simplesmente apontou para mim e gritou: "TÁ CHAPADA!" O jeito dela, a voz dela, aquela coisinha espevitada que ERA ela, eram lindos. Nunca vou me esquecer.
Até porque foi a última vez que a vi como namorada. Minha mãe descobriu que ela levou lança-perfume para casa e me proibiu de vê-la.
Continuamos a nos ligar, mas nunca mais nos vimos. Era o mês de julho.
Paramos de nos ligar, M. estava bem mais envolvida com a namorada agora.
Então, em outubro nos encontramos por acidente. Ela estava com a namorada, e foi terrível. Chorei e chorei até conhecer meu ex-namorado.
Até hoje ele acha que ela é um homem. Sabe que eu gosto de mulheres, mas acha que M. é homem. E eu nunca tive coragem de me desmintir.
A última vez que a vi, em 2008, também foi pr acidente, e no dia do seu aniversário. Ela fazia 21 anos, e era o primeiro dia da primavera. Coversamos sobre pó e eu falei que ainda estava sem. Ela ficou realmente feliz. Falei que estava namorando, e ela ficou com ciúmes.
Na despedida, não pude deixar de dizer o quanto ela estava linda. Ainda era a minha sardentinha.
Hoje converso com M. pela internet, e ela ainda está com aquela garota. Mas sempre diz que ainda me ama e que sente saudades. Eu também sinto uma imensa falta dela.
Qualquer dia vou ligar, para ouvir a voz rouquinha dela. E sei que, se nos virmos, vamos ficar. Eu não me importaria com isso, muito pelo contrário, amaria, pois a garota que quero, é a rouquinha sardenta, a ruiva frustrada que pintava os cabelos de preto.
A garota que quero, é aquela que sabe viver como ninguém!
A garota que quero, é você, M.

domingo, 18 de julho de 2010

Ah, como quero!

Cigarros, vinho, choconhaque, violão, figuras de preto, minha amada e pó do bom.
Praça Eufrásio Correia, início de 2007.
Como sinto falta disso tudo!
Minha primeira amada, te quero!
Apesar de você alegar que, se ainda namorasse comigo, teria razões para chorar todos os dias, sei que você também me quer... Sinto isso no jeito com que ainda fala comigo.
Quero sua voz rouca, sua pele braquinha, cheia de sardas, seu cabelo macio, tingido de negro, o seu jeito espevitado de ser.
Saudades de você, amada!
M., você não faz idéia da falta que ainda me faz.
Quero você.
V.M.

Efetivamente, começando.

Após aquela pequena (e ridícula!) postagem de inauguração, apresento-me aqui efetivamente!
Hoje escrevo como mulher, mas posso, dependendo do momento, apresentar-me como homem também. Considero-me assexuada(o).
Não sou alguém fora do comum, tenho uma vida regular, amigos e família. Assim como qualquer pessoa, possuo anseios e perspectivas pessoais e, logicamente, não posso compartilhar qualquer um deles com os que convivem comigo. Agora faço isso através deste blog.
Tento fazer as melhores escolhas sempre, mas já cheguei à conclusão de que não consigo.
Por mais que tente me afastar de coisas que sei que me farão mal, falho. Sinto como se essas tentativas simplesmente afrontassem minha natureza.
Sinto-me mal, por, mesmo que essas pessoas não saibam, estar decepcionando minha família e amigos, que confiaram em mim mesmo depois de tantos erros.
Explicarei isso tudo melhor no futuro. Agora não tenho tempo!
Agradeço ao amigo que está me ajudando na criação deste blog. Ele não tem idéia de quanto está me ajudando, internamente mesmo.
Obrigada A.
Até mais a todos, até breve!
V.M.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Anseio Pessoal

Dou início a este blog compartilhando algo realmente inútil, meu anseio incessante de ser EU.
Esta foi a principal razão para a criação do mesmo e, constatando isso, me sinto realmente triste.
Minha idéia principal, ao criá-lo foi fazer um pseudônimo, uma "máscara". Então, cheguei à conclusão que, se o fiz para compartilhar algo que não posso divulgar na "vida real", aqui não visto uma máscara, o faço no dia a dia.
Não é o intuito deste blog ser "down", depressivo ou algo do gênero. O intuito é apenas... Falar.